sábado, 23 de março de 2013

Saudosismo (Eu, você, nós dois já temos um passado, meu amor)

por Vera Barbosa





Ele se lembrava delas, eram tantas! Rô, Beth, Eli, Mari (ana, ângela e outras Maris), Cláudia, Bel, Roberta, Carina, Margarete, Adriana, Vera, Rose, Jane, Silvia, Marisa, Andrea, Fátima... a lista de (des)amores era extensa nos seus quase 50 anos de existência. Sem falar das outras, de cujos nomes sequer lembrava! E pensando em tudo e todas, tentava recordar os melhores momentos de sua vida, revivendo os risos e beijos trocados no tempo e dos quais, jamais, poderia se esquecer...

- Ao som de Caetano Veloso -

sexta-feira, 8 de março de 2013

Identidade Feminina (Nem toda brasileira é bunda)

por Vera Barbosa

"Mero incidente
Corriqueiro
Ser mulher
A vida inteira"


São tantas as mulheres que me habitam e inspiram, mas, embora muitas, são unas, indivisíveis. São mães, donas de casa, professoras, poetas, jornalistas, revolucionárias, bailarinas, escritoras, atrizes. São Pagu, Cecilia, Ana, Clarice, Olga, Hilda, Joana, Isabel, Teresa, Ruth, Chiquinha, Carlota, Rosa, Anne, Quitéria, Eva, Lya, Norma, Elizabeth, Cora, Maria, Leila, Marina, Anita, Virginia, Indira , Dulce, Marilyn, Benazir, Helena, Chica, Simone, Rachel, Fernanda, Dilma... 

Mulheres que fizeram e fazem história, deixando seu legado através dos tempos. Mulheres que são referência para tantas gerações. Por suas ações transformadoras e pensamentos visionários, almas femininas exuberantes! Cada qual com sua parcela em minha formação intelectual, poética, política, espiritual; todas marcantes em minha essência e personalidade. "Todas elas juntas num só ser" e pelas quais "eu me transformo em outras". Pela "força, pela graça, pelos sonhos sempre". 

Mulheres que lutaram, muitas delas exiladas, afastadas do convívio familiar e social e outras tantas que morreram para que direitos básicos fossem respeitados. Porque ser mulher é isso, formar-se para formar opinião e transformar-se ao transformar sua realidade ao longo da história. Captar sonhos, reciclar conceitos, interagir com as diferenças e lutar, sobretudo lutar pelo que acredita e clamar por respeito e dignidade. 

A luta é nossa, não acabou.  É de cada uma, a cada dia e a todo instante. Cada qual à sua maneira e dentro de suas possibilidades, em casa, nas escolas, nas ruas, no trabalho, mas todas pelo bem comum. Importante é o movimento, a continuidade, a extensão do gesto e da intenção de mudar a realidade para melhor, diminuindo a opressão, a violência e a desigualdade. 

Ilusório pensar que um dia as extinguiremos? Talvez. Contudo, há que se ter esperança e atitude. A luta é diária, constante, dificultosamente incessante. Não esmoreçamos! Sigamos em frente, sem pressa, mas sem perder tempo. Um viva às mulheres que fizeram e fazem a diferença!

"Minha beleza
Não é efêmera
Como o que eu vejo
Em bancas por aí"

- Ao som de Bobagem (Céu) e Pagu (Maria Rita)