quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Como uma onda


"Nada permanece inalterado até o fim". A afirmativa, da canção de Zeca Baleiro, é bastante oportuna, já que a vida é cíclica. Ainda bem, pois essa característica faz com que tudo seja menos entediante e monótono. Afinal , reciclar é o grande desafio. Tente imaginar como seria previsível nosso cotidiano se nao contássemos com as variações todas que a vida nos oferece. É esse "indo-e-vindo infinito" que dá movimento e graça às nossas experiências, Lulu Santos foi muito feliz na comparação.

Se não me engano, foi Goethe quem disse que o triunfo pertence aos que se atrevem. Concordo: a ousadia é atributo dos corajosos. Há quem passe 20 anos acomodado em um mesmo cargo sem tentar expandir seu universo profissional e, consequentemente, sem desenvolver novas habilidades. O medo de experimentar o novo e assumir seus riscos faz com que as pessoas fiquem estagnadas em uma determinada função. Para a maioria, é mais confortável fazer algo que se sabe sem ter de aprender nada, sem ter de assimilar novos procedimentos e/ou se adaptar a novas regras e horários. Contudo, nossa capaciadade de recomeçar é fundamental para que alcancemos o sucesso, e isso nao se limita a status e salários, mas diz respeito, sobretudo, à realização pessoal. Diariamente, somos desafiados a prosseguir e temos duas escolhas apenas: mudar ou permanecer onde e como estamos.

E não é diferente no amor. Há quem se condene à infelicidade ao manter uma relação afetiva desgastada, em que ambos estão descontentes, mas sem iniciativa para mudar a história. Quando pensam nos problemas que teriam de resolver ao se desvencilhar, as pessoas recuam. O "comecar de novo e contar comigo" se transforma em um bicho de sete cabeças. A partilha dos bens, a educação dos filhos, com quem cada um vai ficar e o que a família e os amigos irão pensar são, muitas vezes, mais importantes que a paz de espírito que poderiam alcançar. E, assim, os casais vão deixando o comodismo lhes levar, feito nau sem rumo. Evidentemente, não é fácil encarar uma separação e se desligar de alguém com quem se conviveu e construiu tantos sonhos. No entanto, nunca é tarde para ser feliz e, se não acordamos a tempo, teremos ficado boa parte da vida à deriva.

Pessoas que mudaram, radicalmente, sua vida profissional ou afetiva afirmam ter alcançado um grau de satisfação que lhes possibilitou retomar a vida como se tivesssem acabado de nascer. Conheço alguém que se livrou de um casamento de quase 30 anos por não suportar mais o desrespeito do parceiro, que vivia de galho em galho. Um amigo, que passou uma vida inteira na mesma empresa, libertou-se da mesmice ao se aposentar, pois abriu seu próprio negócio e passou a atuar na área de sua satisfação. Para eles, a vida adquiriu um novo sentido a partir daí.

Concordo com os versos do maestro quando diz que "fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho", mas isso só é possível quando o amor próprio fala mais alto. Primeiro, é você e você. Reflita e descubra se você está feliz. Fazer o que se gosta, ter prazer em exercer sua função, olhar com carinho para seus sonhos e desejos é o ponto de partida para se sentir bem ao lado de quem você ama e das pessoas com quem se relaciona profissionalmente. E mudar é necessário, pois nos faz retomar a alegria de viver. Mudar rejuvenesce. Mais que plásticas, malhação e turbinagens, acredite. Porque mudanças positivas fazem com que tenhamos brilho nos olhos e, já que esses são o espelho da alma, nao há inércia que eles possam disfarçar. Como bem canta Seu Jorge, "o bom da vida é viver bem, querer bem, estar bem".

Então, atreva-se!

Um comentário:

lizzby disse...

Gostei desse texto, penso que seria bom lê-lo todos os dias, pra lembrar de mudar sempre... rs
O lance é que a gente tem mesmo eh que fazer coisas novas. Pequenas coisas novas sempre...
beijoca