domingo, 14 de fevereiro de 2010

O nome do seu sócio

por Vera Barbosa
"Brasil, mostra a sua cara. Quero ver quem paga pra gente ficar assim."

É, não tem jeito: esse é o país do jeitinho e das desiguladades. E, no país dos privilégios concedidos a minorias, são comuns os conchavos. Haja vista as reportagens diárias nos telejornais. Propinas, máfia disso e daquilo, jogos de interesses, desvios de verbas públicas etc e tal. Enfim, é assim que as coisas funcionam por aqui. E a triste constação não é algo impessoal e intransferível: quando a gente menos espera, é a próxima vítima.

Não adianta você ser um cidadão correto e cumpridor dos seus deveres. Pouco importa se é um profissional competente e que respeita o próximo e seus direitos, se trabalha corretamente e não prejudica o desempenho dos colegas. Pouco importa. No mundinho podre das relações profissionais, com raras exceções, não são os valores morais e éticos que determinam sua trajetória. Infelizmente, a realidade é outra. É dura. Crua. E corta feito navalha.

Não é incomum se ouvir que determinada pessoa se deu mal porque não caiu nas graças de seu(s) superior(es). Não é raro perceber que os princípios que permeiam as relações de trabalho no Brasil estão, cada vez mais, deteriorados. E, nesse submundo, a bunda é um dos quesitos que mais se destacam. Sim, é isso mesmo infelizmente. Em pleno século XXI, a mulher ainda é vista como objeto sexual. E, claro, como cada uma usa as armas que têm, há quem aceite ser favorecida por isso. Lamentável.

Você já deve ter percebido que esse não é o meu caso nem da maioria, já que não fomos dotadas pelo todo-poderoso nesse aspecto. Fico indignada com essa falta de critérios, pois ao contrário das boazudas, precisamos nos destacar pela competência e, ainda que ela seja superiormente visível, devemos aceitar os fatos e não reagir. Afinal, justiça é algo que não existe nesse país e seria dar murro em ponta de faca. Na maoiria das vezes, não se pode, sequer, questionar, já que "quem pode manda e quem tem juízo obedece". O desemprego está aí, para todo mundo ver, com milhões de pessoas fora do mercado de trabalho, muitas delas com talento e sem conseguir uma oportunidade. Obviamente, quem discorda é hostilizado e rechaçado pelos responsáveis e vai para o olho da rua. Então, só nos resta o desabafo.

Essas e outras atitudes refletem o total desrespeito praticado por quem está no poder e só defende interesses próprios e também por quem aceita essa condição. É como suborno, prevaricação, carteiradas. Continuam existindo porque há quem compactue, as pessoas colaboram ao aceitar, a discriminação é cultural e muito triste.
Contudo, quero e preciso acreditar que nada é para sempre. Por isso, não me calo: uma hora, essa realidade terá de mudar. Tomara estejamos vivos para testemunhar.

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